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Deus está morto

  • Foto do escritor: Jaime Silva
    Jaime Silva
  • 6 de ago. de 2018
  • 2 min de leitura

Atualizado: 9 de ago. de 2018



As pessoas costumam fazer muita confusão diante do aforismo nietzschiano que fala que deus está morto. No entanto é uma frase metafórica onde ele procura acima de tudo provocar as pessoas a pensarem em qual o sentido da existência nos tempos atuais. Mesmo tendo escrito há mais de um século, ele já sentia o movimento niilista que estava avançando na cultura ocidental. Vamos mostrar alguns traços de nossa cultura que mostram a morte de deus, ou seja, apontam para o cadáver.


Faça para si mesmo três perguntas fundamentais: 1) Quem criou as leis?; 2) De onde vem o poder do presidente?; E 3) O que uma pessoa normal faz quando está doente? As respostas são simples: os homens criaram as leis que seguem, pois fomos nós mesmos que escrevemos a constituição de cada nação; nas democracias (caso da maioria dos países do mundo) o poder do presidente ou soberano vem do povo; e finalmente, uma pessoa normal vai ao médico ou a uma farmácia procurar a cura. Mas nem sempre foi dessa maneira no mundo ocidental.


Há alguns séculos atrás as leis que as pessoas seguiam eram as leis do Deus cristão, melhor dizendo, as leis da igreja. Quem ditava se uma coisa era certa ou errada, se era contrária às leis era a igreja. Nas antigas monarquias (antes da revolução francesa e da difusão que teve pelo mundo) acreditava-se que o poder que os reis tinham vinha diretamente de Deus. Era um poder divino. Finalmente quando uma pessoa estava doente ela acreditava que tinha cometido algum pecado ou esquecido de fazer algum sacrifício para os deuses e estava sendo castigada. Então ela rezava, fazia promessas e penitências no intuito de ser perdoado e ser curado pelo seu Deus.

Na era histórica chamada moderna essas noções e práticas foram aos poucos sendo abandonadas. Quando os homens decidem escrever suas próprias leis nós estamos tirando de deus a autoridade de dizer o que é certo ou errado. Quando o regime político democrático se espalha pela Europa e depois para o resto do mundo, não é mais deus, mas o povo que reveste de poder o soberano. Nisto estamos dizendo que somos capazes de criar leis, e mais uma vez deixando deus de lado. Quando perguntamos ao médico que medicamento deveria tomar, estamos desautorizando deus.


Logo, nas palavras de Nietzsche o homem matou deus. O homem moderno não reza de manhã para se sentir abençoado durante o dia que começa, mas ele lê o jornal para saber o que está acontecendo no mundo. Não se preocupa com deus para saber se pode sair na rua, mas se preocupa com o dinheiro que ele tem no bolso. Isso sim é importante para a vida moderna. Os exemplos e perguntas poderiam se estender longamente mostrando como deus foi retirado de todos os aspectos importantes da vida das pessoas, mas deixo como forma de exercício de pensamento para o leitor.


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Âncora 2

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